A Revolução dos Bichos - George Orwell - Avis Rara Editorial!

 

Sinopse:

Publicado 75 anos atrás, A revolução dos bichos mantém em sua narrativa alegórica uma reflexão fundamental para os nossos tempos. No entanto, a correlação com os fatos que inspiraram o autor a escrevê-la quase sempre foi omitida. Aqui apresentamos a obra como ela, de fato, é: uma crítica contundente a Revolução Russa, ao socialismo real que foi posto em prática e a figuras como Marx, Lenin e Trotsky. Sátira política devastadora e fábula moral espirituosa, na tradição de Esopo, La Fontaine, Swift e Voltaire, narra a rebelião dos animais de uma granja contra o dono da propriedade, em busca de uma vida melhor. Porém, não muito tempo depois, os elevados ideais de liberdade, justiça e igualdade são traídos e um novo regime de opressão substitui a tirania anterior. “Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais que os outros” passa a ser o único mandamento em vigor e condensa em poucas palavras como o poder corrompe até mesmo as causas mais nobres. Em A revolução dos bichos, Orwell, espírito independente e radical nato, desencantado com os descaminhos da Revolução Russa de 1917, satiriza, por meio de uma fábula, o totalitarismo do regime stalinista, feito de mentiras, traições e terror.

Resenha:

Tudo começa com Major, um porco que já tem 12 anos, sonha com uma fazenda onde os animais não são mais explorados pelo homem, o Velho Major era gentil, justo e sabia que os animais deveriam ser iguais.

O Velho Major reúne todos os animais da Fazenda do Solar, conta seu sonho e faz um discurso político estimulante sobre os males infligidos a eles por seus guardiões humanos e sua necessidade de se rebelar contra a tirania do homem que consome sem produzir, ele também faz um alerta, nenhum animal jamais deve ser tirano para com a sua própria gente, todos os animais são iguais.

Depois de três noites o velho Major vem a falecer, e ao longo dos próximos três meses, houve uma grande atividade secreta, eles não sabiam quando aconteceria a rebelião, mas todos estavam preparados.

E a tarefa de instruir e organizar os animais recai sobre os porcos, que eram reconhecidos como os animais mais espertos, entre eles existiam dois líderes, dois jovens porcos chamados Bola de Neve e Napoleão, que o sr. Jones criava para vender como reprodutor. Napoleão era bichão grande de olhar feroz, que sempre fazia as coisas do seu modo, Bola de Neve era mais vivaz, comunicativo e inventivo do que Napoleão, mas não tina a mesma consideração.

Também tem um porquinho gordo chamado Dedo-duro, que era um orador brilhante e era capaz de convencer qualquer um de que preto era branco, esses três porcos organizaram os ensinamentos do velho Major num sistema chamado de Animalismo, no início foi difícil convencer os outros animais, mas a rebelião não demora a acontecer.

Certo dia o Sr. Jones acaba bebendo demais e nem ele nem seus empregados alimentam os animais, que se revoltam e acabam expulsando todos da fazenda, os animais agora finalmente estão livres e renomeiam a Fazenda do Solar de Fazenda dos Animais, eles criam Os Sete Mandamentos que todos deverão seguir, sendo o mais importante " Todos os animais são criados iguais ", que mais tarde é alterado para " Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais do que outros,” os porcos, que agora estavam na liderança da fazenda, começaram a requisitar alguns privilégios e logo eles se veem em uma ditadura muito pior da que viviam com o Sr. Jones.

A Revolução dos Bichos é uma das maiores obras sócio-políticas de todos os tempos, mas não há necessidade de o leitor captar, ou compreender qualquer uma das alusões a Lenin, Trotsky ou Stalin, pois a história pode ser apreciada como uma parábola simples, comovente e esclarecedora que é essencialmente, uma história que mostra claramente o melhor e pior da humanidade, onde o autor destaca os demônios dentro de cada ser humano, como o ciúme, ganância, preguiça e crueldade nascidos do medo.

O autor George Orwell mostra com sucesso como o sonho de que o comunismo em teoria pudesse tão facilmente se transforma no pesadelo que o totalitarismo repetidamente provou ser, uma história comovente e amarga, um aviso da história, um dos quais será ignorado, pois é nisso que os humanos se destacam, repetindo os erros e equívocos do passado. Como sempre a edição da Faro Editorial está caprichada, nesse caso com o selo Avis Rara, com uma apresentação esclarecedora e uma capa muito bonita, a leitura flui muito bem e quando percebemos já estamos na metade do livro, não vejo a hora de ler outro livro do autor, recomendo a todos.

Trilha sonora da resenha:

Sobre o autor:

George Orwell é um pseudônimo usado pelo escritor Eric Arthur Blair. O escritor, nascido em 25/06/1903 na Índia, teve uma vida cheia de aventuras que serviram como material para seus livros. Fez parte da policia oficial da Birmânia (região da Índia sob domínio da Inglaterra) e lutou na Guerra Civil da Espanha, onde quase morreu após ser baleado na garganta. Terminada a Guerra, terminou sendo perseguido sob a acusação de ser comunista. Assim, se refugiou na Inglaterra, onde resolveu viver uma vida humilde e muitas vezes como andarilho das ruas. Eric A. Blair, faleceu em 21/01/1950, aos 46 anos, em decorrência de uma tuberculose pulmonar.