Quando Ela Desaparecer - Victor Bonini - Faro Editorial!!

Sinopse:

Uma garota de dezesseis anos desaparece durante uma excursão escolar. Mas não se trata de qualquer garota. Dois anos atrás, ela esteve à beira da morte, e quando foi encontrada, ninguém acreditou que sobreviveria.

Agora, há dois meses desaparecida, não restam dúvidas de que esteja morta. Rastros de sangue e um colar arrancado são as únicas pistas. Pressionados, os policiais estão desesperados por respostas, mas ninguém na longa lista de suspeitos parece ter forte motivação para cometer um crime.

Até que o caso vira de cabeça para baixo e segredos muito bem enterrados emergem para revelar o lado cruel de um lugar aparentemente tranquilo. No meio de tantos possíveis culpados, os inocentes é que estão mais aflitos… porque alguns deles começaram a morrer.









Resenha:

Francisca Silveira do Carmo, ou Kika, como sempre foi conhecida, é uma garota de 16 anos que perdeu o pai quando ainda era criança ela chama muita atenção por sua aparência, no ano de 2009 ela foi eleita, no Centro Cultural Adamastor, Miss Guarulhos Juvenil, sendo destaque um dia depois no caderno Cotidiano do jornal Sentinela de Guarulhos. depois da premiação uma das organizadoras do evento, Inês Santana, deu um aviso precioso que não demoraria muito para fazer sentido: Muita coisa boa na vida atrai negatividade e que alguém poderia machuca-la. No ano seguinte ela foi perseguida e espancada por um grupo de jovens e ficou com o rosto desfigurado, entre a vida e a morte, dois anos depois ela passaria por uma provação ainda pior. Kika apresentava comportamento rebelde algumas vezes, sofria bullying por sua aparência, praticamente não tinha amigos, a única amiga era Elaine Campos, a garota mais inteligente da escola e que por esse motivo também era excluída.

No ano de 2012, durante uma excursão escolar do colégio particular onde estudava, o Álvares Azevedo, de Guarulhos, Kika desapareceu sem deixar rastros, tradicionalmente a escola levava os alunos do segundo ano do ensino médio a um sítio localizado no limite entre Mogi da Cruzes e Itaquaquecetuba para verem na natureza e o que tinham aprendido nas aulas, a polícia foi acionada e o delegado Lauro Jahib, do Setor de Homicídios da Delegacia Seccional de Guarulhos, ficou responsável pelo caso, algumas pistas foram encontradas mas não há sinal nenhum da Kika. A sua mãe Maria João, uma mulher humilde, mas super protetora, sofre com toda a repercussão do caso e o desaparecimento da filha, essa é a segunda vez que passa por essa aflição e não está sendo nada fácil, será que agora terá um novo final feliz?

Esse é o terceiro livro que eu leio do autor e não me decepciono, mas a narrativa desse terceiro livro é diferente, uma espécie de livro reportagem, com vários depoimentos, recortes de jornais e alguns posts de redes sociais, deixando a impressão que se trata de um caso verídico, a única coisa em comum entre os três livros é o detetive Conrado Bardelli, apesar de que nessa leitura a sua atuação não é tão intensa como nos anteriores.

A narrativa, que é dividida entre passado e presente, tem os fatos narrados por dois personagens, Sarah e Conrado Bardelli. Sarah, uma garota que esteve presente durante os acontecimentos e hoje sete anos depois é uma jornalista que decide esclarecer o que realmente aconteceu na época do desaparecimento da Kika. Durante a história somos apresentados por vários personagens como os alunos Melina, Rodolfo e Pamela, o diretor do colégio Sandro Meireles e o pastor Bartolomeu Ramalho que nos levam a pensar em várias possibilidades ao desaparecimento da Kika.

A narrativa é fluída e quando vemos já lemos várias páginas e editora Faro caprichou na capa e na diagramação, as páginas com a narrativa do detetive Conrado Bardelli são cinza.

A história é cheia de suspense, surpresas e muitas reviravoltas, o livro fala do desaparecimento de uma adolescente, só que vai muito além disso, abordando temas sobre fake News, abuso sexual, assédio, estupro, família, questões emocionais, comportamentais e traumas, para os fãs do gênero essa é uma leitura obrigatória.



Trilha sonora da resenha:

Sobre o autor:

Victor Bonini nasceu em São Paulo, morou em Vinhedo, interior do estado, e voltou à capital aos dezoito anos para cursar jornalismo. Sempre lhe perguntam se, ao longo da vida, havia indícios de que seria um autor de mistério. Aos sete anos, escolheu o filme Pânico como tema da festa de aniversário. Na adolescência, devorou todos os livros policiais e de terror que pôde encontrar. Na universidade, seu elogiado trabalho de conclusão de curso, em parceria com Mariana Janjácomo, foi um livro sobre o caso Pesseghini, apresentando vários aspectos do crime que chocou o país em 2013. O trabalho não foi publicado a pedido da família das vítimas. E aos vinte e dois anos, quando lançou seu primeiro livro, Colega de Quarto, pela Faro Editorial, ele finalmente entendeu que escrever é a forma de dar vazão a debates internos sobre a lógica de crimes e a mente dos psicopatas — pensamentos que o assombram como ideias para a ficção, querendo emergir. Victor passou pelas redações da GloboNews, TV Gazeta e Revista Veja. Atualmente é repórter da TV Globo, em São Paulo.