As Esganadas - Jô Soares !

Nessa mais nova aventura policial do autor Jô Soares, acompanhamos um assassino diferente, Caronte, um homem que cresceu revoltado, pois sua querida mãe que depois de engordar muito durante a gestação, forçou ele a ter uma dieta bem rígida e restrita, deixando ele sempre com agua na boca quando fazia seus doces tipicos portugueses maravilhosos, seu pai no entanto pensando no futuro envia Caronte para a Alemanha para aprender e dominar as técnicas de embalsamento,assim, no momento certo ele poderia assumir a empresa funerária da família.
Movido pela raiva que nutria pela mãe, Caronte resolve se vingar matando mulheres acima do peso, ou seja, gordas e com a sequencia dos cruéis assassinatos que ocorrem na cidade, todos ficam apavorados com o surgimento de um serial killer e o caso logo fica conhecido como o caso das Esganadas.
Agora para impedir que esses crimes hediondos continuem a polícia convoca o detetive Mello Noronha, que trabalha com Calixto, seu fiel assistente, que apesar do grande porte é um homem medroso, logo eles terão auxílio de um perspicaz e ex-detetive português Tobias Esteves e de Diana, uma jornalista sensual e que enfrenta qualquer perigo por um bom furo de reportagem.
O autor Jô Soares consegue nos envolver numa história ambientada no Rio de Janeiro da década de 30, durante o Estado Novo, misturando fatos históricos como a Copa do Mundo e a Segunda Guerra Mundial, personagens históricos como Getúlio Vargas, Fernando Pessoa e Adolf Hitler, características do autor, além da comédia, que aqui está bem abaixo dos seus livros anteriores. No decorrer dos acontecimentos nutrimos a expectativa do próximo assassinato, e também por quem e como o ele será capturado. Um livro muito abaixo das minhas expectativas, mas que mesmo assim vale a leitura.




Segue abaixo sinopse do livro:





Sinopse - As Esganadas - Jô Soares





Como ator e comediante, o Jô é um grande fazedor de tipos. Sabe como poucos construir um personagem, defini-lo com um detalhe e dar-lhe vida com graça e inteligência. Como autor, essa sua maestria se expande: os tipos são postos no mundo e, mais do que no mundo, numa trama - e o seu criador (eu quase escrevi Criador, pois não deixa de ser um trabalho de deus) se solta. Toda a ficção do Jô é feita de grandes personagens envolvidos em grandes tramas. Os tipos e a trama deste livro são especialmente engenhosos e através deles o autor nos dá um retrato saboroso do Rio de Janeiro no fim dos anos 1930 e começo do Estado Novo - o Rio das vedetes que davam e dos políticos que tomavam, das estrelas do rádio e das corridas de "baratinhas". E nesse mundo em ebulição chega uma figura portuguesa, saída de um poema do Fernando Pessoa, para elucidar o estranho e terrível caso das gordas desaparecidas que... Mas não vou revelar mais nada. Um dos prazeres da literatura policial é ir acompanhando o desvendar de uma trama, levados de revelação a revelação por alguém com a fórmula exata para nos enlevar - e enredar. No caso do Jô, quem nos guia é um autor que já provou seu domínio do gênero, e que aqui se supera na perfeita dosagem de invenção, humor e erudição que nos prende desde a primeira página, desde a epígrafe. Prepare-se para ser enlevado e enredado, portanto. E prepare-se para outras sensações. Só posso dizer que a trama deixará você, ao mesmo tempo, horrorizado e com fome. E que depois da sua leitura os Pastéis de Santa Clara jamais significarão o mesmo.