Sinopse:
ELE SÓ QUERIA PAZ. Sentindo-se medíocre e frustrado, procurou a menor casa da menor aldeia no interior do Japão, para viver recluso os anos restantes da sua vida. Mas os moradores locais cismaram que ele era um sábio mestre capaz de salvar a comunidade do seu fim.
Nessa jornada inesperada, Sr. Mikan conhece personagens apaixonantes e irritantes, que vão lhe trazer de tudo, menos tranquilidade. No momento, o país vivia a Era Meiji e também passava por grandes transformações e turbulências, com o fim do shogunato e a reabertura ao Ocidente.
Mestre Mikan e a aldeia desaparecida é um romance que passeia com humor e sensibilidade pela história e cultura do Japão. E, assim, lançar um olhar para temas universais da alma humana.
Resenha:
Mestre Mikan e a Aldeia Desaparecida — um conto sobre
sabedoria, silêncio e recomeço
Em Mestre Mikan e a Aldeia Desaparecida, acompanhamos a vida
de Misao Mikan, um homem idoso que vive isolado em uma pequena vila japonesa.
Ao lado de seu cachorro Tofu, ele tenta levar uma rotina tranquila, dividida
entre leituras, chás e longos momentos de silêncio. Mas a paz que ele tanto
busca é interrompida quando os moradores da aldeia passam a chamá-lo de
“mestre” — alguém que teria respostas para todos os problemas da vida.
O velho, surpreso e um pouco irritado, insiste que não é
sábio, nem quer ser. Ainda assim, as pessoas continuam a procurá-lo em busca de
conselhos, esperança e sentido. E, sem perceber, o próprio Mikan começa a
aprender com elas — descobrindo que a verdadeira sabedoria não está em falar
muito, mas em saber escutar.
Ao longo da narrativa, ele se envolve em histórias humanas e
cheias de emoção: dúvidas sobre o amor, a amizade, o medo do fim e a vontade de
recomeçar. Entre encontros, mal-entendidos e pequenos gestos, o leitor percebe
que Mestre Mikan e a Aldeia Desaparecida não é apenas sobre um homem que
ensina, mas sobre um homem que aprende, mesmo quando acredita já ter vivido
tudo.
Com uma escrita poética e simples, o autor conduz a história
com o ritmo calmo das estações japonesas. As cenas lembram o som da chuva, o
desabrochar das cerejeiras e o cheiro do chá fresco — tudo construído com
delicadeza e humor sutil. Há momentos de reflexão, outros de riso, e muitos de
silêncio — o tipo de silêncio que diz mais do que mil palavras.
Mestre Mikan e a Aldeia Desaparecida é um livro sobre a
passagem do tempo e o poder do afeto. Fala sobre perdas, recomeços e o valor de
estar presente — mesmo quando o mundo parece desaparecer ao redor. É uma
leitura suave e profunda, que deixa no leitor a sensação de ter ouvido uma
velha sabedoria dita ao pé de uma montanha, entre o som do vento e o latido de
um fiel companheiro.
No fim, o que fica é a certeza de que ninguém é mestre de
tudo, mas todos têm algo a ensinar e a aprender.
Trilha sonora da resenha:












Sensacional. Gratidão eterna
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