Anos atrás, 300 mil habitantes da Filadélfia foram
transportados para Oblivion, uma nova dimensão aterrorizante que surgiu de
forma inexplicável e destruiu áreas da cidade. Os desaparecidos tentam
sobreviver enfrentando seres monstruosos em um ambiente inóspito e atordoante,
marcado por raros momentos de calmaria.
O governo investiu muitos recursos em incursões para
resgatar as vítimas, mas depois de dez anos as buscas foram encerradas. Mesmo
lamentando a perda de entes queridos, a vida seguiu seu curso para grande parte
da cidade, e monumentos, memoriais e museus foram erguidos em homenagem aos que
se foram. No entanto, se depender do cientista Nathan Cole, ninguém vai ficar
para trás. Nathan desenvolveu uma tecnologia extremamente instável que lhe
permite visitar Oblivion todos os dias. Ele arrisca a própria vida em viagens
solitárias, perigosas e muitas vezes infrutíferas na tentativa de resgatar
sobreviventes. Cada vez que volta de lá, se mostra mais determinado. Mas o que
Nathan procura? Por que não consegue resistir ao chamado de Oblivion, à canção
silenciosa de um mundo prestes a ruir e a levá-lo junto?
Criador de The Walking Dead — série vencedora do prestigiado Eisner Awards —, Robert Kirkman retorna com seu talento para contar histórias de caos em cenários pós-apocalípticos. Oblivion Song: Canção do Silêncio narra o luto, os traumas e os limites impensáveis que ultrapassamos para consertar os erros do passado. Com o traço único de Lorenzo De Felici, o primeiro volume reúne os seis fascículos iniciais da série.
Resenha:
Dez anos atrás, um evento catastrófico abalou Filadélfia: uma vasta porção da cidade foi sugada para outra dimensão, habitada por monstros aterrorizantes. Ninguém sabe ao certo como isso aconteceu, nem o destino dos 300 mil civis que foram presos lá. O governo tentou resgatar o maior número possível de pessoas, mas eventualmente desistiu da missão, deixando a tragédia para trás.
No entanto, Nathan Cole se recusa a aceitar essa derrota. Diariamente, ele viaja para o que agora é conhecido como Oblivion, em busca de respostas e na esperança de resgatar sobreviventes e recuperar o que foi perdido. Mesmo sem apoio financeiro governamental ou aprovação pública, Nathan persiste em sua missão.
Embora a história em quadrinhos comece e termine em Oblivion, esse não é o foco central. A narrativa se desenrola principalmente fora dessa dimensão, explorando o impacto do evento nos personagens e na sociedade. Nathan é um homem consumido pela culpa e arrependimento, tentando utilizar o que aprendeu durante os dez longos anos em Oblivion para encorajar outros a financiar o projeto e obter mais ajuda em seus esforços de recuperação.
Quando não está se reunindo com altos funcionários do governo, Nathan encontra outras formas de lembrar a todos que ainda há esperança para os entes queridos perdidos. Sua obsessão com Oblivion o aliena das pessoas ao seu redor, que não o veem como um herói, apesar de seus esforços para mapear a dimensão e resgatar o máximo de pessoas possível. Muitos assumem que ele tem motivações egoístas para retornar constantemente, mas a narrativa deixa claro que suas intenções vão além do egoísmo, mesmo que ele enfrente hostilidade de todos os lados, esteja em Oblivion ou não.
O mundo brutal de Oblivion, criado pelo autor Robert Kirkman, é um elemento essencial da trama, oferecendo drama e ação. O perigo constante e o ambiente silencioso proporcionam um cenário tenso, onde Nathan trabalha incansavelmente, mesmo quando está fugindo de criaturas ou empunhando seu rifle.
Nathan é um personagem bem desenvolvido, e mal posso esperar para ver o que suas aventuras revelam e quais são os efeitos de Oblivion nos cidadãos que lá permaneceram por uma década. A arte de Lorenzo De Felici e as cores de Annalisa Leoni enriquecem essa HQ, proporcionando uma aventura empolgante que apresenta os personagens, suas motivações e deixa o leitor ansioso por mais.
Trilha sonora da resenha:
